domingo, 24 de maio de 2009

Atendimento Especializado








As leituras realizadas nas interdisciplinas apontam para uma mudança na educação e em especial para uma educação inclusiva através do reconhecimento, ao direito a escolarização das pessoas portadoras de deficiência ou Pessoas Portadoras de Necessidades Educacionais Especiais (PNEE), em salas e escolas regulares, no nosso país.

Apolítica educacional brasileira a partir da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil em 1988, e com a regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDBEN, Lei nº. 9.394/96, as pessoas portadoras de deficiência têm reconhecido o seu direito a uma educação de qualidade e com ênfase na inclusão escolar.

Desde então, foram realizadas alterações neste processo a fim de melhorar o sistema educacional e fortalecer a inclusão. A partir daí estados e municípios tiveram a possibilidade criarem seus próprios sistemas de ensino com certa autonomia na elaboração das suas políticas educacionais.

Com a implantação do processo de inclusão a educação começa a passar por uma mudança de paradigma, pois ela vai exigindo ao longo dos vinte e um anos, uma reorganização na sua prática.

Desta forma, observam-se muitos avanços na elaboração das leis que regem a educação, porém é necessária a viabilização da sua prática. A escola assume o seu papel na demanda da inclusão, porém muitas vezes falta o respaldo, de outros setores para que ela se efetive com qualidade, uma vez que a escola necessita de apoio para desempenhar, esse importante papel.

Trabalho em uma escola do município de São Leopoldo, esta oferece o Ensino Fundamental do 1º Ano a 5ª Série do Ensino Fundamental, etapas de escolarização, que inclui desde a alfabetização até a 5ª etapa.

Nesta escola frequentam 468 alunos no diurno, 33 docentes divididos entre os turnos manhã e tarde.

A maioria dos alunos com necessidades especiais apresentam dificuldades cognitivas generalizadas, que levam ao quadro de multirepetência, dificuldades pedagógicas e motoras, psicopedagógicas, psicológicas, hiperatividade e déficit de atenção, dificuldades oftalmológicas acentuadas, Síndrome de Down, PC (paralisia cerebral), deficiência mental leve, histórico de agressividade, entre outros.

Dentro deste contexto são poucos os que recebem algum tipo de atendimento especializado, que venha a contribuir para o seu processo de inclusão na escola e na sociedade, temos o NAPPI- Núcleo de Apoio à Inclusão, prestando atendimento psicopedagógico, fonoaudiológico, mas as vagas são bem restritas, não atendendo a demanda de alunos da escola; outros recebem atendimento psicológico em projetos como o EDUCAS da Unisinos. Os professores cujos alunos frequentam o NAPPI, são convidados a visitá-los para que se converse sobre o processo de aprendizagem deste aluno, principalmente com o objetivo de promoção dos mesmos, esquecendo a necessidade de formação especializada para esse professor que trabalha diretamente com a inclusão.

Atualmente, temos 29 alunos, portadores de transtornos Globais de Desenvolvimento, ou seja, portadores de manifestações de quadros psicológicos, neurológicos, psiquiátricos ou de síndromes que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado.

No ano de 2008, 06 alunos que frequentaram o NAPPI- Núcleo de Apoio e Pesquisa ao Processo de Inclusão.

Observa-se a necessidade, que sejam colocadas em prática, as políticas educacionais com mais eficácia. Pois como podemos perceber através da nossa realidade, ainda são muitos os desafios para a concretização dos ideais da inclusão.

domingo, 10 de maio de 2009

Reflexão Educação Após Auschwitz



Theodor Wiesengrund Adorno (1901-1969), filósofo, sociólogo e musicólogo. Nasceu na Alemanha na cidade de Frankfurt, onde se destacou como membro da famosa Escola de Frankfurt. Devido à perseguição aos judeus viveu exilado por alguns anos.

EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ

Adorno faz um alerta para a sociedade e para os educadores.
É preciso refletir sobre o tipo de ser humano que nosso sistema social está gerando e formando. Somente a reflexão crítica e filosófica pode impedir que as pessoas cheguem a ponto de repetir atrocidades, que sejam devotas e se submetam a ideologias de intolerância de qualquer ordem.

Adorno sugere como solução para evitar que a barbárie se repita que, desde a primeira infância, haja uma educação humanizada, na qual o outro independente de cor, raça, religião, seja respeitado.

Para ser um educador consciente é preciso repensar a realidade educacional, questionar as políticas educacionais embutidas de ideologias impostas como corretas e intocáveis.

Repensar a escola é humanizá-la. Voltá-la para o caminho da cooperação, do diálogo, do entendimento, do apoio a posturas sensatas e conciliatórias. Através das relações interpessoais, que mexem com a emoção e gerando laços afetivos assim se consegue uma ação transformadora e humanizante.

O ideal seria ensinar a “ser” e se “conhecer”, ao invés de ensinar pacotes de conteúdos e conhecimentos, hermeticamente contidos em “programas” pré- fabricados.

Uma sociedade educacional humanizada é aquela que cria vínculos, que valoriza as diferenças e resgata as identidades perdidas. A escola humanizada é solidária, é espaço de socialização, de convivência harmônica e de preservação da vida plena para que Auschwitz nunca mais se repita.