sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Reflexão Interdisciplina


A interdisciplina Organização do Ensino Fundamental , neste semestre, teve como ponto de partida o estudo dos indicadores de gestão democrática e gestão patrimonialista, onde concluímos que, a gestão democrática foi uma grande conquista, que antigamente a maioria, senão, todas escolas seguiam a gestão escolar patrimonialista, atualmente todas escolas dizem seguir a gestão escolar democrática, porém infelizmente muitas ainda tem a gestão democrática apenas no papel.

Posteriormente tratamos o assunto organização da escola na perspectiva democrática, com este estudo, entendemos que a Gestão democrática passou a ser entendida como uma parte mais prática e efetiva da vivência da instituição e seus segmentos dentro da perspectiva de democratização da educação. Oferecendo possibilidades concretas de formular políticas educacionais, objetivos e fins, planejamento, definição de recursos e necessidades e da avaliação, garantidos através da participação efetiva dos diferentes segmentos envolvidos no processo.

Aprofundamo-nos mais fazendo a relação entre o PPP e o Regimento escolar que são instrumentos transformadores em espaços de construção de uma escola democrática.

Em um terceiro momento de estudos tratamos de assistir os vídeos do programa, Um Salto para o Futuro, os quais nos apresentaram conceitos a respeito da Gestão democrática da Escola, sob o ponto de vista dos entrevistados, convidados. Os Vídeos e artigos abordam os elementos tidos como fundamentais na democratização da gestão escolar: a construção participativa do projeto político-pedagógico; os Conselhos Escolares; a eleição de diretores; o planejamento participativo; a atenção às múltiplas culturas na escola, bem como a descentralização financeira.

Vimos que a Gestão democrática na escola é um processo contínuo, vimos também que o Estado autoritário e sobrecarregado vem tentando “aliviar-se” de suas responsabilidades, transferindo poderes e funções para o nível local. Sabemos que, para chegarmos a um produto final democrático, se faz necessário que haja muitas discussões nos diferentes setores, e que está longe de ser de forma harmoniosa, como muitos assim entendem. Haverá conflitos e com certeza estes terão que ser trabalhados e muito bem trabalhados para constituirmos um “novo senso comum”.

Entendo que viver democraticamente, dentro de uma escola, é aprender a respeitar a opinião de vários setores e muitas vezes entender que nossa opinião nem sempre é opinião dos outros. Creio que temos que aceitar a escola não é mais só nossa, que dirigimo-la da forma como queremos. Faz-se necessário dividir as responsabilidades. Numa Gestão democrática, prioridades se discutem fundamentalmente de forma coletiva. Precisamos fazer o chamamento da família inúmeras vezes, para que as mesmas façam parte desse conjunto e o mais importante que assinem ao final, responsabilizando-se como nós nos responsabilizamos até então.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

“O Trabalho Docente, a Pedagogia e o Ensino”


Pessoalmente, concordo com as afirmações do autor, Maurice Tardif.
O bem da verdade é que a docência deixou de ser rotina de metodologia há muito tempo, pois está bem claro que, aqueles alunos que tinham sete anos, há alguns anos atrás, são muito diferentes dos alunos na mesma faixa etária de hoje, além do mais temos uma clientela muito heterogênea, em nossas turmas, a começar pelas crianças portadoras de necessidades especiais, que nos batem a porta a cada início de um novo ano em maior número e necessitando de atividades muito diferenciadas das demais. Em uma turma de 2º Ano, temos aquela criança que vem já sabendo ler e escrever, temos a que não sabe escrever, temos a que não sabe ler, temos aquela que se arrasta durante todo o anos letivo com sérias dificuldades na aprendizagem, temos as indisciplinadas, e assim por diante. A aprendizagem é grupal, mas o planejamento é individual, o que poucos docentes se dão conta. E, como frisa a autora, “trabalho docente consiste em interagir com alunos que são todos diferentes uns dos outros e, ao mesmo tempo, em atingir objetivos próprios a uma organização de massa baseada em padrões gerais.” Precisamos estar preparados para todos, do contrário, vamos ficar “doentes”. Houve- se falar muito de uma doença ocupacional que atinge a maioria dos nossos docentes, atualmente, dá-se culpa ao sistema, dizem que não há remédios para o famoso “estress” que atinge freneticamente a classe docente.

O que devemos fazer com esses alunos, de uma nova geração, que estão diante de nós, são tantas metodologias estudadas e aplicadas durante o ano letivo e muitas delas frustradas. Precisamos conscientizar nossos alunos de que os números e jogos didáticos fazem parte da leitura e da escrita. Fazer uma salada de frutas, na sala de aula, é além de comê-la, mostrar aos alunos que com esta prática eles aprendem ler, escrever, conhecer. E ao mesmo tempo, mudar aquela idéia que muitos pais vêm e dizem: “Meu filho adora sua aula, ama você, pois é só brincadeira.” Esquecendo-se de tudo, não dando muito valor ao que ele aprendeu. Que deu muito, mas muito, trabalho mesmo, para direcionar aquelas brincadeiras, poucos viram, e os que viram dizem. “Não sei como você agüenta.” Sem contar na paciência de ter que organizar tudo, de esperar a volta à calma, de esperar. Embora não tenhamos tempo para parar e refletir, temos que estar sempre atentos, buscando informações, idéias, acompanhar a tecnologia, programa de televisão, jornais revistas, novas metodologias, e temos que entender que somos profissionais, tivemos a liberdade de fazer a opção, que fazemos parte de um grupo de docentes, que trabalhamos muito e que não somos meras máquinas de fazer Xerox.

REFERÊNCIAS:
TARDIF, Maurice. O trabalho docente, a pedagogia e o ensino. Cap. 3. p. 112 – 149. In Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003. Disponível em: http://www.ufrgs.br/tramse/pead/textos/tardif.rtf

domingo, 9 de novembro de 2008

Na Proximidade do Final de Semestre


Abro este tópico com muito gosto, pois, estou dando mais um passo para o futuro. Faço parte de uma “Nova alfabetização”, esta virtual, que vem se concretizando, e nesse semestre, com a interação grupal.

A essência da aprendizagem com troca de idéias através de fóruns, do pbwiki, e-mail, e demais ambientes virtuais. Maravilhosas experiências adquiridas neste semestre de curso.

A aprendizagem se dando na interação e colaboração entre as pessoas (conforme afirmam, Paulo Freire, Maturana, Wygotski e outros teóricos) tornando-nos capazes de conviver em harmonia e ampliando as possibilidades de construção de uma aprendizagem mais eficaz, acreditando que o trabalho interdisciplinar é uma estratégia extremamente eficaz, para demonstrar a importância dessa convivência harmoniosa em sociedade.

A autonomia levando cada um a comportar-se em sociedade como indivíduo livre e esclarecido. Aceitando, debatendo, criticando, errando e acertando, corrigindo e sendo corrigido. Isto sim é democracia, a liberdade de opinião.

Uma Universidade dando igual oportunidade a todos os alunos, independentemente do seu contexto social e geográfico.

Viva a Tecnologia, e o Ensino à Distância!!!




István Mészáros - Além do Capital


Em nosso debate educacional, uma nova forma de refletir. Deparamos-nos com a necessidade neste momento se pensar a educação para além do capital e para tanto, somente um grande filósofo como István Mészáros, para nos oferecer suas idéias.

A princípio,o autor faz uma retrospectiva histórica das idéias que orientaram as políticas educacionais no capitalismo. Citando e comentando em seu discurso grandes pensadores que vão de Paracelso a Fidel Castro, passando por John Locke, Adam Smith, Robert Owen, entre outros, mas principalmente recorrendo aos argumentos de Marx e Gramsci.

Os pensamentos destes autores nos ajudam a compreender a realidade da educação brasileira fazendo-nos mais uma vez acreditar na educação como possibilidade de mudança. Reforçando o papel que a educação tem no processo de mudança social. Da mesma forma, procurando demonstrar que a educação, por si só, não é capaz de transformar a sociedade rumo à emancipação social.

István Mészáros, não se limita a discutir conteúdos programáticos das reformas em cursos, mas propõe-se a fazer uma genealogia, ainda que breve, da reforma e da educação. Propõe um debate que nos incita a procurar descobrir os reais motivos e interesses das reformas educacionais.
REFERÊNCIAS:
MÉSZÁROS, Istvan. A educação para além do capital. São Paulo: Bomtempo, 2005. Disponível em: http://resistir.info/meszaros/meszaros_educacao.html

domingo, 2 de novembro de 2008

Cultura de Ter Filhos

Na Interdisciplina de Pcsicologia da Vida Adulta, um novo desafio, realizar um trabalho em grupo, sobre o assunto: Cultura de Ter Filhos e, entre muitas leituras e reflexões encontrei este artigo muito interessante que tratada tragetória da maternidade através dos tempos, do qual passo a fazer um breve resumo .

No passado acreditava-se que a mãe tinha uma função mais biológica que afetiva.

No século XVII, “ a sociedade valorizava o homem, o marido, era normal que a esposa desse prioridade aos interesses deste sobre os do bebê.” (BADINTER, 1985; p. 64). Principalmente entre a burguesia, havia o hábito de deixar a criança na casa das amas.

A criança era considerada um estorvo, os cuidados, a atenção e a fadiga que um bebê representava no lar nem sempre agradava os pais. Muitas crianças morriam nas mãos das amas.

Numerosas perdas de crianças passaram a interessar ao estado se preocupou em salvá-las da morte. "Foi necessária, então, a utilização de muitos argumentos para convencer as mulheres de que era sua vocação – instintiva imaculada e incondicional - SER MÃE. "

No final do século XVIII, idealiza-se o sucesso de uma família fundamentado no amor e já se observa uma mudança nas mentalidades.

"A sobrevivência das crianças agora é prioritária e o abandono do aleitamento é considerado injustiça para com o filho."

A mãe ideal passou a encarregar-se insistentemente de tudo, assumindo sozinha a educação completa dos filhos.

"Ser mãe não deixava tempo livre para a mulher, que se tornou aprisionada no papel de mãe, nos cuidados infantis a que estava obrigada deixar de lado a independência feminina decorrente da recente emancipação do patriarcado."

Nesta fase, mãe ideal conjugaria perfeitamente sexo, estabilidade conjugal e responsabilidade com os filhos.


No contexto histórico do século XX, "mais especificamente das duas grandes guerras observou-se que o recrutamento dos homens para os campos de batalha e determinou a ocupação, por mulheres, de funções anteriormente masculinas."

Esse foi um caminho sem volta, uma vez que à necessidade inicial de assegurar o sustento da família somou-se e seguiu-se um desejo de satisfação pessoal.

"No entanto, a mulher-mãe continuou vivenciando o mito da mãe eternamente abnegada, aquela que é responsável pela felicidade de todos, passando a sofrer conflito e ambigüidade por não conseguir dedicar-se plenamente a sua função de trabalhadora, nem ser uma mãe exemplar."

Atualmente a mãe de dupla jornada é a mulher exerce as funções distintas de subsistência e cuidados com o lar.

"No trabalho, muitas vezes, é obrigada a desenvolver uma atitude convencionalmente masculina para garantir ser tão capaz quanto um homem, enquanto no lar cobra-se uma excelência como dona de casa, capaz de satisfazer com total perfeição os desejos de sua família deseja sem mostrar cansaço."

A rotina diária dessa mulher exige um esforço extra-humano e a percepção de falhas nos papéis determina sentimentos de frustração e culpa.

“Culpada, e de mil formas, por não ser a mãe perfeita dos mitos. Por não fazer tudo pelos filhos,por não saber evitar doenças, ou as notas baixas, por resmungar quando eles acordam a noite ou por reclamar de suas roupas estragadas... Culpada também hoje porque, com toda literatura que explica e aconselha, não temos mais direito de não nos sairmos bem.Essa culpa é a inimiga número um da maternidade feliz. Ela provoca tristeza infinita (e indefinida!) que encontramos com tanta freqüência nas mães jovens.Trata-se, portanto, de um inimigo a abater, imperativamente! É preciso ser uma mãe feliz!” (SERRURIER, 1993; p. 129)

É necessário desacreditar que a "maternidade é superior à paternidade, mas para tal é preciso desmistificar a amor materno inato e tomar o do pré-suposto de que o amor paterno também é semeado, alimentado e aprendido no trato diário com os filhos e que em nada difere, em possibilidade, do amor materno, fazendo-se necessário, então, a família readaptar-se para redistribuir os espaços na criação dos filhos."

Referências:
Julia Gama Tourinho,UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro Artigo:A mãe perfeita: idealização e realidade - Algumas reflexões sobre a maternidade