segunda-feira, 22 de novembro de 2010

REFLEXÃO 7º SEMESTRE

No sétimos semestre tive a oportunidade de estar em contato com duas interdisciplinas que nunca tinha tido experiência como educadora, quais sejam, EJA (Educação de Jovens de Adultos) e Libras. Foi um grande desafio, entretanto os aspectos positivos que obtive em cursar estas interdisplinas foram de extrema valia. As pessoas que são atendidas nesta duas situações de conhecimento são pessoas que requerem um olhar bem diferenciado. Reporto-me as palavras de Paulo Freire quando ele diz que:

"A leitura de mundo precede a leitura da palavra", mais do que com nossos educandos do ensino regular é necessário valorizar e respeitar os saberes dos alunos, suas vivências e leituras de mundo, suas concepções culturais e linguagem como produto de suas relações sociais.


Seja na EJA, na educação de pessoas com necessidades especiais bem como no ensino regular, estudamos o Letramento.

São muitos os fatores que interferem na aprendizagem da língua escrita, e falada, porém estudos recentes incluem entre estes fatores o nível de letramento. Paulo Freire afirma que “na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança ou o adulto que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da ‘leitura’ do mundo, que aqui chamamos de letramento”.

Atualmente, o ensino passa por um momento delicado, pois os envolvidos neste processo aprendizagem. em grande parte, são alfabetizados, mas não são letrados. Lêem o que está escrito, mas não conseguem compreender, interpretar o que leram e isso faz do indivíduo alguém com muitas limitações, pois se não interpreta ou compreende corretamente, terá problemas em todas as disciplinas que fazem parte do seu currículo escolar.

Sendo assim, o papel do educador deve ser no sentido de transformar uma pessoa alfabetizada em uma pessoa letrada e, para tanto, é necessário saber planejar, oferecer incentivos variados, no que diz respeito à leitura de diversas tipologias textuais e também utilizando-se de exercícios de interpretação e compreensão de diferentes tipos de textos, em que vários tipos de ferramentas podem ser utilizados. Podem ser usados materiais mais convencionais como livros, revistas e jornais e materiais mais modernos como internet, blogse-mails, mesas educacionais.

Portanto, mais importante que decodificar símbolos como letras e palavras, é preciso compreender a funcionalidade da língua escrita, pois é assim que o cidadão torna-se mais atuante, participativo e autônomo, de forma significativa na sociedade na qual está inserido.

Compreendo a alfabetização como sendo um processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, sendo que a conquista dos princípios alfabético e ortográfico faz com que o aluno adquira autonomia ao ler e escrever. Entede-se, por sua vez, o letramento como o processo de inserção e participação na cultura escrita. Considero que alfabetização e letramento são processos diferentes, cada um com a sua complexidade, mas complementares e inseparáveis, ambos indispensáveis. Sendo assim, não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar, mas sim alfabetizar letrando.

sábado, 30 de outubro de 2010

REFLEXÃO 6º SEMESTRE



No VI Semestre do curso de Pedagogia EAD- UFRGS, tive a oportunidade de estudar as seguintes interdisciplinas: Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II, Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, Filosofia da Educação, Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História,Seminário Integrador VI.

Os estudos nas interdisciplinas citadas acima acrescentaram muito no meu aprendizado e conseqüentemente na minha atuação como docente.

Observei que meus anseios e angústias em relação aos alunos portadores de necessidades especiais, não eram apenas meus, estes sentimentos atingem a maioria dos educadores. Conhecemos um pouco mais de como funciona o atendimento especializado que deve estar disponíveis para nossas crianças. Porém neste ano letivo me decepcionei com o atendimento especializado em nosso município. Tenho três crianças na minha turma que necessitam de atendimento especializado. Já estamos em novembro nenhuma delas e nenhuma criança da minha escola foi atendida. Não sei exatamente qual o motivo se político ou apenas burocrático, eu fiz o que pude. O fato que elas precisam deste atendimento e infelizmente a evolução no aprendizado que eu previa não foi satisfatória. Fico triste, pois tudo é muito bonito no papel, porém na prática é totalmente diferente.

Em Filosofia e Educação, aprendemos desenvolver o senso crítico utilizando os diferentes textos de estudos propostos durante o semestre. Aprendemos também identificar e argumentar conceitos dentro destes mesmos textos tais como, princípios morais, a ética, imparcialidade, universalidade, razão entre outros e ainda, vimos e refletimos a educação sob o ponto de vista de grandes filósofos.

Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História, refletimos profundamente. A primeira atividade realizada tinha como titulo “eu e os outros”, tínhamos que falar de sobre nossas características físicas e psicológicas, vimos o quanto é difícil falar de nós mesmos de argumentar e analisar. Realizamos entrevistas com alunos. Elaboramos um mosaico étnico-racial.

No seminário integrador, aprofundamo-nos na realização dos mapas conceituais que são representações possíveis de sistemas de significações em relação aos conceitos que estamos estudando. Aprendemos que podemos utilizar o mapa conceitual até mesmo na melhor forma de organizar nosso dia-a- dia escolar.

Na interdisciplina Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II, Identificando epistemologias, entendemos a construção do conhecimento, o construtivismo, a questão da violência na escola. Compreendemos que a partir de observações feitas com crianças, podemos constatar que os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais e será durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá construir seus valores, princípios e normas morais.

Concluindo,aprendemos que para favorecer o desenvolvimento da autonomia e de relações mais justas, respeitosas e solidárias é necessário tomar consciência de que a ética e os princípios morais devem estar presentes em todas as dimensões da escola, principalmente no trabalho docente, ou seja, na postura, nos juízos emitidos, na qualidade das relações que são estabelecidas, nas concepções e intervenções diante da indisciplina, das infrações, dos conflitos.

Assim concluímos o sexto semestre com muitas atividades importantes para a nossa evolução como pedagogos.

REFLEXÃO 5º SEMESTRE

No quinto semestre com Interdisciplinas: Projeto Pedagógico em Ação, Organização do Ensino Fundamental, Organização e Gestão da Educação, Psicologia da Vida Adulta e Seminário Integrador V, tivemos uma grande contribuição em nosso aprendizado no que trata da parte administrativa da escola, sua evolução através dos tempos, sua organização, e a legislação vigente, em Psicologia aprendemos a nos conhecer melhores como adultos que somos. À luz da Lei, adulto é aquele que é plenamente capaz e considerado responsável por seus atos. Na psicologia é a fase posterior da adolescência. Como educadores que somos, os desafios são inúmeros, temos como exigências: responsabilidade, competência, generosidade, respeito e muita perseverança, ética nas relações inter-pessoais; honestidade em toda e qualquer situação. Estudamos o momento Histórico segundo Maurice Tardif, no sentido que o momento histórico social define os caminhos da educação, não precisamos passar por civilizações ou nos remeter a história de longa data, pois, nem mesmo é possível em uma classe usar os métodos ao longo dos anos. Pode ser que com determinada turma a forma ideal de tratamento dos mais diferentes temas tenha encontrado eco, ao passado que com outra turma de mesma idade, na mesma escola, não se consiga sequer prender sua atenção. O desafio está em saber que a cada nova turma surgem outras experiências de vida, outros anseios.Mais um semestre seguimos a orientação de Paulo Freire “Onde há vida há inacabamento.”
O mestre escreve sobre a impossibilidade de nos tornarmos seres finitos, que não necessitem de lapidação, o que ele chama de acabamento.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

REFLEXÃO – 4º SEMESTRE

No quarto semestre foi proposta a leitura da obra Pedagogia da Autonomia do autor Paulo Freire, a partir da leitura desta obra seguiu-se a leitura das as demais obras por conta própria. Hoje percebo a imensa contribuição que este autor trouxe na minha caminhada. Compreendi a importância das experiências informais, na sala de aula, no pátio, no recreio e em outros espaços com as disciplinas Educação e Tecnologias da Comunicação e Informação, Seminário Integrador, Representação do mundo pela matemática, Representação do mundo pelas ciências naturais. Representação do mundo pelos estudos sociais.

Paulo Freire ressalta a necessidade de uma reflexão crítica sobre a prática educativa. Sem essa reflexão, a teoria pode ir virando apenas discurso; e a prática, ativismo e reprodução alienada.

Trabalhei com meu primeiro projeto na teoria e na prática criamos uma mini horta escolar, muito embora somente minha turma se engajasse neste projeto, aquele ano eu diria que obtive sucesso esperado, no final do ano consegui distribuir alguns poucos rabanetes, alguns temperinhos e vários pés de alface que conseguimos produzir. Infelizmente não houve continuidade, os meus alunos muito pequenos, algumas tarefas obrigatoriamente tinham que ser executadas por mim a fim de evitar acidentes. O tempo que dispunha foi pouco, ficou impossível, por exemplo, levar comigo 25 alunos para o pátio para ficarem olhando para eu trabalhando. Inúmeras vezes utilizei o horário do recreio para remover pedras e revirar a terra. A terra que havia no local era imprópria para o plantio, quando solicitei ao CPM, trouxeram uma caçamba de terra vermelha própria para aterro com muitas pedras, assim mesmo tentei a compostagem com os restos de cascas sobras na nossa cozinha, mais uma vez eu somente teria que cavar e enterrar. Assim foi ficando exaustivo e aos poucos o projeto foi abandonado. Naquele ano conseguimos fazer uma globalização entre as interdisciplinas do semestre consegui relacionar o tempo, espaço, construímos gráficos de crescimento (matemática, estudos sociais) o crescimento das plantas, a variação do clima, temperatura (Ciências) .

Muitas vezes durante o ano de 2008 ouvia minhas colegas passarem por mim e dizerem: Fazendo um exercício físico? Quando é que vamos comer umas verduras? Sofre escrava!

Em compensação, por parte dos alunos era bem diferente, alunos de todas as turmas paravam para olhar e achavam legal o que estava sendo realizado ali. Alguns perguntavam aos seus professore se iriam trabalhar ali. E os professores apenas sorriam e seguiam seus caminhos.

Por outro lado, com este Projeto colhi excelentes frutos quando ofereci várias oportunidades de aprendizagens que foram vivenciadas pelos meus alunos. Foram explorados conteúdos e atividades correspondentes às capacidades demandadas aos mesmos.Propiciei variedade de recursos, procedimentos e alternativas metodológicas para atender aos diversos níveis de aprendizagem e de dificuldades no interior da turma. Ofereci suficientes oportunidades de revisão e reelaboração das produções dos alunos, com sua intervenção, com trocas recíprocas ou auto-avaliações dos alunos.Todos meus alunos tiveram oportunidade de participar de alguma forma dessas atividades avançando nos conhecimentos e capacidades esperados

Aprendi que o professor não pode se limitar a práticas solitárias, sem parcerias para compartilhar êxitos, dúvidas e conflitos, pois também precisa de acompanhamento apoio e monitoramento. O projeto estaria em pleno desenvolvimento se tivesse tido parceria dos colegas com suas turmas.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

REFLEXÃO – 3º SEMESTRE

No cotidiano da sala de aula, os professores buscam formas de tornar o ensino mais eficaz e também mais estimulante. Uma das alternativas é aliar o prazer e o divertimento à aprendizagem.

No terceiro trimestre tivemos a oportunidade ter contato com interdisciplinas que fazem a diferença em nossa pratica diária. Trabalhar o lúdico, a música, o teatro, a dança, viajar no mundo imaginário da literatura, é tudo que as crianças querem. São momentos em que afloram os sentimentos de prazer na vida destas crianças. Dentro do tema Alfabetização e Letramento destaco as palavras de Paulo Freire.

“Alfabetizar é adquirir a língua escrita através de um processo de construção de conhecimento com uma visão crítica da realidade valorizando sempre o lúdico." (FREIRE, 1994, p.15)

Trabalhar com letras antigas e conhecidas cantigas de roda, músicas modernas, temas de novelas, etc. faz com que os alunos se motivem mais, pois como eles já sabem mentalmente as letras das músicas, e envolvem-se integralmente. Partindo dos estudos das interdisciplinas do terceiro semestre, ampliei as dificuldades e realizando várias atividades em cima das letras de músicas, e não poderia ser diferente, os alunos sem perceberem foram motivados no processo aprendizagem o que contribuiu para um ambiente estimulante, prazeroso e rico.
Aprendemos que os objetivos pedagógicos devem nortear o uso das atividades lúdicas no processo de alfabetização: brincar por brincar pode ser divertido, mas não necessariamente contribui para o processo de ensino aprendizagem:
As atividades podem contemplar objetivos diversos: cabe à nós professores focalizar, a cada momento e com estratégias específicas, o que interessa para uma dada turma;
Vimos que o planejamento é essencial para o sucesso de todo trabalho a ser desenvolvida: cada atividade deve se articular com outras (anterior e posteriores), para que a aprendizagem se dê progressivamente sempre conduzindo ao momento/produto final, como no caso da disciplina de Artes Visuais, onde vimos como trabalhar com as imagens, identificar as diversas tendências em que arte se encontra nas escolas através da utilização do laboratório de informática que dispomos, tendo sempre o cuidado com o planejamento destas aulas, pois estamos ingressando num ambiente virtual que nos oferecem todo e qualquer tipo de informação.
Da mesma forma, aprendemos que o mero improviso não deve conduzir a escolha de jogos para a apropriação da do sistema de escrita: realizar determinado jogo como atividade esporádica exige reflexão do professor sobre a contribuição desse jogo no processo de alfabetização dos alunos que dele participarão; e até mesmo, com o aprendizado na disciplina de Teatro e Educação que nos levou a conclusão de que todas as pessoas são capazes de improvisar, entretanto, como educadores que somos, devemos sempre orientar nosso alunos nunca deixando oportunizar aos mesmos toda essa mágica que é a felicidade de brincar de teatro.
Os alunos envolvidos pela atividade lúdica sentem-se mais livres para criticar, argumentar e criar.
REFLEXÃO - 2º SEMESTRE


No segundo Semestre do curso, embora ainda não soubesse o assunto do meu TCC, tivemos a interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização, onde refletimos muito sobre letramento e alfabetização. Hoje este assunto se tornou tema do meu Trabalho de Conclusão.

Nesta interdisciplina, estabeleci novas metas para minha prática pedagógica, após muitos anos dedicados à alfabetização de alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. Aprofundei meus estudos em Emilia Ferreiro, Magda Soares, Piajet, Freud e outros. Embora já houvéssemos ouvido falar em Alfabetização e letramento, foi somente após cursar esta disciplina que minha prática sofreu uma transformação significativa pois, estávamos acostumados a ensinar a ler e escrever letra por letra e juntando por sílabas e assim por diante. Estudamos os níveis de alfabetização (pré-silábico, silábico e alfabético). Não havia sequer imaginado o sucesso que seria apresentar vários gêneros textuais, aos alunos, já nos primeiros meses do ano letivo e conseguir avanços tão grandiosos em relação à alfabetização, como resultado de uma proposta pedagógica que é a Alfabetização e o Letramento.

Ainda, neste segundo semestre de curso, tivemos as interdisciplinas Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica juntamente com Infância de 0 a 10 anos, nestas intedisciplinas navegamos nos estudos da história da educação no Brasil, construindo uma linha do tempo de forma cronológica. Partimos na nossa história de vida com a realização da linha do tempo, trabalhando com o regate das nossas memórias. Criando o memorial de nossa infância que ficou realmente emocionante, pois mexeu com sentimentos que estavam esquecidos. Fomos adiante, com a linha de tempo da educação no Brasil, e ainda, conhecemos outros trabalhos como da Escola da Ponte, Realizamos a leitura do Manifesto dos Pioneiros e analisando partes do texto conhecemos alguns nomes famosos na história da educação no Brasil. Assim, com a leitura dos textos de autores citados e de tantos outros, tivemos uma ótima base de conhecimento e aprofundamento nos assuntos relacionados à educação, que influenciaram significativamente em nosso aprendizado.

IX SEMESTRE

SOBRE O 1º, 2º E 3º SEMESTRE DO CURSO

Todo dia você descobre, aprende,
evolui faz escolhas se emociona.
Num mundo onde tudo acontece tão rápido
é muito importante cultivarmos sempre
os verdadeiros valores: amor,amizade, fé,
ética e perseverança.
Eles fazem com que as pessoas evoluam,
realizem coisas incríveis e
transformem o mundo num lugar melhor.

Fui a única aluna do PEAD que conseguiu, diante de tanta tecnologia, deletar um Blog por completo. Dizem que é possível resgatar 99% de tudo o que postamos na Internet. Neste caso, fiquei nos 1%.
Lembro que minha filha dizia com veemência: Mãe, se você não tentar, você não irá descobrir. Vai mexendo... E deu no que deu.
Desta forma, as postagens, das quais tenho registro, foram a partir de 20 de abril de 2008.
Mesmo assim, tentarei fazer reflexões do que tenho registrado na memória e do pouco que fazia e deixava no computador dos primeiros Semestres do Curso de Pedagogia.

REFLEXÃO - 1º SEMESTRE

Recordo do quanto foi importante as aprendizagens na interdisciplia de TICs.
Antes do curso não dava tanta importância ao mundo da tecnologia apenas o utilizava para o básico. Como aquelas pessoas que costumam dizer:Tenho um celular com várias opções mas só preciso dele para poder ligar, receber ligações ou ver a hora.
Hoje graças a este curso e a todos que me auxiliaram, me sinto letrada e alfabetizada em tecnologia.
Com as inúmeras novidades que vinham surgindo no decorrer dos semestres, todas quase que de uma vez, as leituras e as trocas de idéias com colegas e professores nas interdisciplinas Escola, Cultura e Sociedade- Abordagem Sociocultural e Antropologia me fizeram refletir sobre o meu fazer docente. Pude perceber que na maioria das vezes, em nossa prática, fazíamos de forma correta, no entanto tínhamos muitas dúvidas. Como? Quando? Por quê? Já no primeiro semestre aprendi ser mais crítica.
Foi dado início a uma longa fase de readaptação, pois já estava formada em outro curso superior dez anos atrás este, na forma presencial. Agora tudo parecia ser novidade.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Aprendizagens Relevantes do Semestre

Não vi maiores obstáculos em relação às reflexões postadas no Portfólio de Aprendizagens, tendo em vista que o trabalho já vinha sendo desenvolvido no decorrer do estágio. O trabalho maior, realmente, foi fazer as reflexões, correspondências entre as teorias aprendidas no curso e a prática do dia a dia. Algumas vezes houve a necessidade de refazer as atividades, pois misturei os assuntos e foi somente assim que consegui organizar as idéias.

Uma vez postado no Pbworks do estágio, bastou resumir o assunto, e postá-lo no Portfólio. O trabalho das reflexões semanais no Pbworks de estágio facilitou muito para as conclusões finais.

Entre muitas leituras, de diversos autores e muitas reflexões a respeito destas, destaco a mensagem Freire, quando afirma:

“Ensinar não é transferir conhecimento mas criar possibilidades para sua própria produção ou a sua construção.”

As conclusões tornaram-se evidentes, e a razão foi dada ao autor quando o mesmo menciona que, não ensinamos, apenas indicamos os caminhos que já conhecemos e caminhamos juntos com nossos alunos, e muitas vezes aprendemos com eles.

Este foi o maior aprendizado, compartilhamos no curso EAD, com os nossos professores que se mostraram como exemplos do profissionalismo de alto nível, os quais, incansavelmente foram nos indicando vários caminhos a seguir sejam na forma virtual ou presencial, e, diante desta orientação nos guiamos, assim, o estágio curricular seguiu seu curso tranqüilo. Aquela ansiedade de não conseguir, de não dar conta, foi sem dúvida nenhuma amenizada assim, vencemos mais uma etapa.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34º Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura)

Visão Geral do Desenvolvimento do Estágio Curricular

O estágio curricular desenvolvido neste semestre foi realizado com minha turma de segundo ano do ensino fundamental, com crianças na faixa etária de sete a oito anos de idade, através da utilização da metodologia alfabetização e letramento, objetivou oportunizar o desenvolvimento de aprendizagens fundamentais de forma lúdica e prazerosa, que fossem acompanhar as crianças em seu nível de desenvolvimento, durante este período, uma vez que alfabetizar letrando é o objetivo não é apenas para cento e oitenta horas e sim iniciou-se em março e será concluído somente em dezembro, sendo ainda objeto de pesquisa do meu TCC no segundo semestre deste ano letivo.

Foram desenvolvidos diversos conteúdos conforme o já estabelecido pela escola como conteúdos mínimos para este período, tais como: alfabeto, numerais, letramento, noções espaciais e temporais, cores, socialização, expressão oral e corporal, entre outros, sempre envolvendo o uso da oralidade, socialização, reflexões, jogos e brincadeiras, literatura infantil, expressão corporal , e diversas formas de arte. Muitas foram as atividades que marcaram as inovações provocadas pelo estágio, resultando em impacto nas aprendizagens para os alunos.

A maior frustração do curso a distância foi não poder neste ano, justamente neste semestre, em fase de estágio final, desenvolver um trabalho utilizando as ferramentas virtuais como meus alunos. O que já vinha sendo planejado nos dois últimos semestres do curso.

Nestes últimos doze anos que trabalho nesta escola, dos quais, seis anos tive a disposição um laboratório de informática, justamente neste semestre não foi possível utilizá-lo por problemas que considero puramente burocráticos, pois lá se encontram 18 máquinas novas que estão paradas desde o início do ano pelo motivo que somente o técnico responsável pode pô-las para funcionar, do contrário, perderão a garantia. E este técnico que não aparece quando eu mais precisei.

Foram pensadas várias formas de Arquiteturas Pedagógicas e estavam muito bem planejadas no papel. Iniciamos em sala de aula nosso PA, os alunos muito empolgados, fizemos levantamento de perguntas, criamos mapas conceituais, formamos os grupos, refinamos as questões de investigação, levantamos as certezas provisórias e dúvidas temporárias, planejamos, elaboramos respostas, fizemos tudo no papel, mas, como educadora, penso que faltou muito, podia ser incomparável se fosse feito com a utilização do laboratório de informática. Concluo, definitivamente com isso, que não vivemos mais sem a tecnologia. Temos tudo o que procuramos na Internet, os livros as revistas para pesquisa são onerosos para as famílias, estas mesmas famílias, tem pouco tempo para com os filhos, como são pequenos não pode reunir-se fora do espaço escolar. Nem todas as famílias possuem computadores e muito menos internet, nem toda professora possui um Notebook. Bem, acredito que no final do estágio nosso projeto Aprendizagem infelizmente ficou mais para um simples projeto pedagógico, do que para projeto aprendizagem propriamente dito, os grupos que eram em número de quatro, acabaram reunindo-se em dois grandes grupos, um com o assunto “projeto conto reconto” e outro com o tema “o que podemos aprender com os gibis”. Os alunos aprenderam muito com os dois projetos, mas, com certeza, se dispuséssemos do laboratório de informática, teria sido a maior inovação pedagógica na sala de aula/escola. Quem sabe o técnico aparece ainda antes do final do ano.

Transtorno a parte, no estágio curricular em si, tudo correu normalmente, houve algumas alterações nos planejamentos. Importante frisar, que durante todo meu trabalho como professora pouquíssimas vezes registrei minha prática relacionada com a teoria de uma forma reflexiva como foi esta que desenvolvemos no estágio curricular, e realmente tive a real noção do quanto aprendemos no decorrer do curso. É no momento que fazemos um paralelo do que estudamos com a prática e, a partir daí tiramos as conclusões, que assimilamos o conhecimento de toda a aprendizagem.

sábado, 26 de junho de 2010

Trabalhando o Imaginário

Nesta penúltima semana de estágio trabalhamos os sonhos, fantasias e o imaginário.

O filme “A história sem fim” é de excelente qualidade, transmite uma mensagem maravilhosa para os alunos que estão em fase de alfabetização. O filme desperta nas crianças ainda mais a curiosidade em relação à leitura. Sem contar a gama de assuntos que podemos trabalhar na sala de aula, em relação a imaginação, fantasia, sonhos e realidades com as crianças.

Outro fato importante é que com cada turma que trabalhei em anos anteriores, o filme obtive resultados diversos, e muitas vezes inesperados, como o caso desta turma, eles envolveram-se a ponto de: se compararem aos personagens do filme





De inventar modos de ser que podem significar a idéia que têm acerca do mundo. Como no caso do aluno abaixo que desenhou algumas imagens de coisas boas e ruins, pessoas com armas, juntamente com pessoas brincando, seria o retrato do mundo em que ele vive, entretanto dentro deste contexto ainda ele pode ter a oportunidade de optar quando enfatiza em sua frase “Eu serei sempre do bem”.





Ou ainda, ocorrendo uma transformação, na tentativa de explicarmos a fantasia, a imaginação, aparece aquele invisível inexplicável. Quando o aluno afirma que “Super heróis existem .“



E por último, quando a imaginação é transformada em um sonho do futuro, que está por vir, na afirmação “Um dia serei atriz.”





Vigotsky (2003) estabelece formas básicas de ligação da atividade criadora do cérebro humano com a realidade. Em uma dessas formas, coloca que a fantasia é construída com elementos da realidade, a imaginação se apoia na experiência.

... a atividade criadora da imaginação se encontra em relação direta com a riqueza e a variedade da experiência acumulada pelo homem, porque esta experiência é o material com que a fantasia erige os seus edifícios. Quanto mais rica seja a experiência humana, tanto maior será o material de que dispõe essa imaginação (p. 17).

Pode-se, então, dizer que a função imaginativa depende da experiência, das necessidades e dos interesses em que ela se manifesta.

A fantasia é construída com materiais tomados do mundo real, a imaginação pode criar novas combinações, mesclando primeiramente elementos reais, combinando depois com imagens da fantasia e assim sucessivamente. As imagens da fantasia servem de expressão interna para nossos sentimentos.

A Imaginação é uma faculdade ou capacidade mental que permite a representação de objetos segundo aquelas qualidades dos mesmos que são dadas à mente através dos sentidos.

Para tanto como cita Vygotsky (1989), a imaginação é um processo psicológico novo para a criança: representa uma forma especificamente humana de atividade consciente. Como todas as funções da consciência, ela surge originalmente da ação.


Assim foi mais uma semana cheia de novidades que fechou com a apresentação da Peça teatral “A fábrica dos sonhos. “ Que contou a história de uma fábrica que iria fechar pelo fato das pessoas estarem deixando de sonhar, onde somente uma criança de coração puro e sonhador poderia salvá-la. Peça onde os alunos além assistirem, divertiram-se muito, dando boas gargalhadas com os engraçadíssimos personagens.

Referências:

VIGOTSKY, L. S. La imaginación y el arte en la Infancia. 6. ed. Madrid: Ediciones Akal, 2003.


VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. 3° ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sempre o Lúdico na Sala de Aula

"Alfabetizar é adquirir a língua escrita através de um processo de construção de conhecimento com uma visão crítica da realidade valorizando sempre o lúdico." (FREIRE, 1994, p.15)


O trabalho com massinha de modelar, realizado na última quarta-feira, foi riquíssimo pois permitiu uma gama significativa de abstrações, assimilações e construções do conhecimento pelos alunos, principalmente do conhecimento lógico-matemático, quando partimos do preparo da massinha, das quantidades dos ingredientes, dos olhares atentos para a mágica da transformação na realização da mistura destes ingredientes.

Vygotsky entende que o desenvolvimento é fruto de uma grande influência das experiências do indivíduo. "mas cada um dá um significado particular a essas vivências. O jeito de cada um aprender o mundo é individual", explica REGO, 2001, p.25.

Através do manuseio livre da massinha pude observar os interesses temáticos, capacidades criativas, conhecimentos já construídos que meus alunos já possuíam enquanto brincavam sem nenhum tipo de recomendação.


Vygotsky afirma que as características tipicamente humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo, nem são mero resultado das pressões do meio externo. Elas resultam da interação dialética do homem e seu meio sócio-cultural. Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo. Sendo assim, quanto mais diretamente colocarmos nosso aluno em contato com o objeto de ensino, mais facilmente ele irá aprender.

Sob minha orientação, os alunos partiram para a criação dos seus bichinhos e deram nomes que ficaram bem curiosos principalmente após o recorte e troca de parte deste, com os colegas. Foi pura diversão.



Após nosso recreio, neste dia, seria um período de 50minutos com brincadeiras no Ginásio da escola. Eles preferiram voltar para a sala de aula para manusear as massinhas e, houve até a seguinte negociação, que partiu de um deles: Como o dia estava lindo eles abririam mão do ginásio e voltariam para a sala de aula, sendo que, nos últimos 20 minutos de aula, eu deixaria que eles fossem na pracinha da escola. Fizemos uma votação e todos ficaram felizes.

Alguns alunos levaram mais tempo para confeccionar seu bichinho e inventar o nome e principalmente na hora de escrever uma história. Como estavam ansiosos para ir à pracinha fizemos um texto coletivo onde eles apenas trocaram os nomes dos personagens.

Cada criança tem seu ritmo de aprender, umas aprendem mais rápido que outras; umas necessitam de mais interferência do professor do que outras; muitas também necessitam de contato mais concreto para se desenvolverem. Em alguns casos também percebe-se que o resultado do aprendizado depende do grupo cultural em que a criança está inserida. Também sabemos que as crianças que têm um aprendizado mais lento e que estão em uma turma em que as demais crianças têm uma maior desenvoltura, sentir-se-ão cada vez mais intimidadas perante a turma.

Os alunos ficaram satisfeitos também, porque tinham a receita da massinha que poderiam fazer em casa, e ainda levaram de amostra uma bolinha de cada cor, para brincar em casa.

Definitivamente, concluo que não há mais como ausentar o lúdico do processo pedagógico, pois ele é o agente de um ambiente motivador e coerente.

As crianças envolvidas pela atividade lúdica sentem-se mais livres para criticar, argumentar e criar.

Volto a refletir com o que aprendi no curso PEAD, concordando sempre com a concepção sóciointeracionista de Vygotsky, que prioriza as interações entre os alunos e destes com o professor, entendendo que a escola e os educadores são os mediadores desse processo tão importante para os educandos.


FREIRE, Paulo. Alfabetização, Leitura do Mundo, Leitura da Palavra.2. reimpressão, São Paulo: Paz e Terra, 1994.

REGO, Teresa Cristina. Aprenda com Eles e Ensine Melhor. Revista Nova Escola. p. 25, jan e fev./2001.

______Vygotsky: Uma Perspectiva histórico-Cultural da Educação. 8. ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

sábado, 29 de maio de 2010

Novamente Avaliação

É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática(FREIRE,1996).

Tendo em vista que a provinha Brasil , tenha sido realizada no dia 04 de maio, acho de suma importância comentar a respeito da referida Avaliação, pelo fato também , que estamos finalizando o primeiro trimestre letivo nas escolas, próximos ao dia do primeiro conselho de classe/2010, onde as atividades são inúmeras e exaustivas.

Embora a avaliação ocorra de forma contínua, nesta semana que se passou foi necessário guardar vários “elementos comprobatórios” com forma de instrumentos de avaliação.

Como bem ilustra, Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, (1996), Fala-se quase exclusivamente do ensino dos conteúdos, ensino lamentavelmente quase sempre entendioso como transferência do saber.

Temos o conhecimento que a provinha Brasil, primeira fase, deve ser apilcada nos primeiros meses do ano letivo, e é a forma de diagnosticar os níveis de aprendizagens que os alunos se encontram, e a segunda fase da prova, ao final do ano letivo, possui a finalidade de diagnosticar os níveis que os alunos atingiram até então. Possui a finalidade também, de realizarmos uma ação reflexiva a respeito do nosso trabalho como educadores, no entanto, observo que a discussão em torno desta avaliação não está ocorrendo. É apenas realizado um relatório e enviado para Secretaria, as questões que deveriam ser assunto de reuniões pedagógicas infelizmente acabam por ficar no esquecimento.

Com o curso de Pedagogia em fase de conclusão, sinto que estou tendo outro olhar em cima dos instrumentos de avaliação. Atualmente consigo visualizar meus alunos de uma forma diferente, mais crítica, depositando neles minha total confiança, condições sei que todos possuem, ao seu modo, uns mais lentos e outros mais ágeis, no entanto, todos aprendem quando são tratados com muito carinho, respeito.

As nossas práticas devem ser repensadas, reavaliadas, e mais do que nunca, rediscutidas tendo como base as respostas que obtemos dos nossos alunos, pois, ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo, e o mundo clama por esta intervenção.



Referências:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:saberes necessários à prática educativa.São paulo: Paz e Terra. 1996.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Conto e Reconto

Após a correção dos trabalhos relacionados ao conto e reconto pude observar o grau de criatividade na minha sala de aula. Cada aluno fez de forma individual o reconto da história Chapeuzinho Vermelho.Saíram verdadeiras obras de primas.


Digitei todos os recontos e confecionei um mural, no início da aula de segunda-feira, li as histórias para eles como nossa leitura deleite. Eles adoraram e se divertiram ao ouvir as hitórias dos colegas e ainda sentiram-se lisonjeados quando ouviram as histórias que eles criaram, foi uma forma que encontrei de valorizar e aumentar a autoestima dos meus pequenos escritores.

A exemplo, não poderia deixar de citar alguns recontos, os mais curtinhos:


LOBO QUE FAZIA O QUE A BRUXA MANDAVA

Era uma vez um lobo que gostava de crianças, não para comer mas para brincar de esconde esconde. Um dia uma bruxa disse que ele tinha que comer crianças para ficar gordo.
Ele aceitou.
A bruxa veio na casa dele e disse que ele estava gordo mas que ele tinha que comer a Chapeuzinho Vermelho, e ele comeu.
Os dias se passaram e a bruxa voltou na casa do lobo e ela disse _Você está gordo!
Então a bruxa comeu o lobo.
(8 anos)



CHAPEUZINHO E O LOBO MALUCO

Era uma vez Chapeuzinho Xadrez e o lobo maluco. Chapeuzinho era uma menina linda de cachinhos cor de fogo. Sua roupa tem grandes listras verdes com branco, e a sua felicidade é ser amiga do lobo maluco.
Ele tem olhos grandes cor de chocolate e uma boca banguela. Ele não poe medo e sim faz ela dar muitas risadas. O lobo maluco por não ser malvado se tornou amigo de todos e assim Chapeuzinho Xadrez realizou seu grande sonho de ter um amigo como o lobo maluco.
(8 anos)



O LOBO CURIOSO

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Numa bela tarde sua mãe mandou ela ir a casa da vovó.
Então ela encontrou o lobo bom.
Ele perguntou: - Onde vai Chapeuzinho?
Euvou para a casa da vovó, ela está doente.
E o lobo disse:- Então melhoras para ela.
-Então adeus! E fim.
(7 anos e 11 meses)



A CHAPEUZINHO VERDE

Era uma vez uma Chapeuzinho Verde andava pela floresta até que se encontrou com o lobo.
E a chapeuzinho disse: - Ora, ora lobo, vem comigo lobo, colher flores.
-Está bem.
E eles ficarão colhendo flores e eles viveram felizes.
s(7 anos e 6 meses)



Recontar histórias possibilitou aos alunos aprender a respeito do funcionamento da linguagem escrita. Recontar a história não foi mera reprodução, foi recriação, pois ainda que os pequenos tiveram o compromisso de preservar o enredo, imprimiram à história o seu estilo próprio. A proposta permitiu que os alunos da turma de 2º Ano, ampliassem seus repertórios de contos, bem como aprendessem a ajustar a linguagem às suas intenções comunicativas, isto é, aos efeitos provocados em seus leitores.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Erros" Ortográficos na Alfabetização

Alguns trabalhos têm se dedicado a estudar as fases da alfabetização. Dentre eles, podemos destacar o trabalho desenvolvido por Cagliari (1989) que se deteve na tipificação dos "erros" ortográficos cometidos pelas crianças. Lemle (1989) apresentou uma sistematização interessante das relações entre letras e sons e vice-versa que pode, com as devidas adequações para cada comunidade lingüística, contribuir na construção do trabalho pedagógico. Soares (1991) aponta trabalhos desenvolvidos na década de 1970-80 que se dedicaram a analisar.

[...] o processo de transferência da forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita, ou de forma teórica, através da análise das relações fonemas-grafemas na língua portuguesa (como em LEMLE, 1982, SILVA, 1974), ou buscando identificar o processo de construção do sistema ortográfico pela criança (são exemplos GNERRE, 1985, MORAIS, 1986).


A culminância do assunto etnias com enfase nos povos indígenas, foi o passeio no Museu do Índio, UNISINOS, em São Leopoldo, embora nossos estudos não tinham como finalidade aprofundar-se no assunto das diferentes tribos indígenas, o que será conteúdos dos próximos anos, o passeio teve um objetivo muito maior que era anotar o que viam, para tanto levaram caderno e lápis.



Penso que quando o aluno é desafiado a grafar palavras que quer empregar é uma forma de provocar nele a necessidade de refletir e formular hipóteses sobre como cada fonema e cada sílaba pode ser representado na escrita. O aluno terá que então se esforçar para distinguir os fonemas que compõe tais palavras e descobrir possibilidades coerentes de escrever os sons identificados, apoiando-se nos princípios e regularidades que já tiver compreendido, buscando também soluções inéditas.

Dessa forma, solicitei às crianças que registrassem os textos de modo que pudessem lembrá-los por meio da escrita.




Anotações de uma aluna (8 anos e 4 meses)


Outro aluno (sete anos e seis meses) fez suas anotações conforme abaixo transcrevo:

“ESCELETO DIMUA CABESA DI TUBARAN

ESCELETO DI UMA CABESA DI JACARE

ESCELETO DINDIO”


A escrita do aluno pode ser lida, entretanto, observa-se a falta de domínio na relação entre grafemas e fonemas. Apropriar-se do sistema de escrita depende fundamentalmente de compreender um de seus princípios básicos: os fonemas são representados por grafemas na escrita.

Os fonemas são entidades elementares da estrutura fonológica da língua, que se manifestam nas unidades sonoras mínimas da fala.

Grafemas são letras ou grupos de letras, entidades visíveis e isoláveis como no exemplo que o aluno escreveu “ESCELETO DIUMA CABESA” quando queria na verdade escrever “ESQUELETO DE UMA CABEÇA”. É necessário que o aluno aprenda as regras de correspondência entre fonemas e grafemas a partir de um trabalho sistemático em sala de aula.


Alguns exemplos de atividades propícias para esse aprendizado são as que se baseiam na decomposição e composição de palavras em sílabas. Separar as sílabas em palavras faladas e observar de que maneira essa separação se configura na escrita ajuda os alunos na identificação e percepção da representação gráfica dos fonemas. Podemos destacar outras atividades que ajudam na compreensão da escrita tais como bingo, textos com lacunas, colocação de palavras em ordem alfabética, confronto entre a escrita produzida pelo aluno e a escrita padrão, etc.

Para ilustrar, outra atividade foi oferecida aos alunos nesta mesma semana, afim de reforçar a grafia das palavras

Após a leitura deleite do livro "o Pirata das Palavras":





Juntos confecionamos um bloquinho para anotações das palavras trabalhadas nas aulas durante a semana.




Os alunos anotam palavras novas, realizam a leitura na sala de aula.
A maioria dos alunos da turma encontra-se nos níveis silábico - alfabético e alfabético, assim sendo, sugeri quais as palavras iriam escrever durante a semana. Exemplo: No primeiro dia escrevemos somente palavras terminadas com L. Trabalhamos estas palavras em jogos e brincadeiras como exercícios de fixação e para finalizar foi realizado um ditado das palavras estudadas.

O aluno que está sendo alfabetizado conhece a fala, não a escrita. As palavras da língua falada são conhecidas, fazem sentido mesmo quando decompostas em unidades sonoras. Assim, o aprendizado do sistema de escrita é importante para o aluno contar com o apoio do significado, em vez de ser obrigado a lidar exclusivamente com abstrações tais como fonemas e sílabas, e nada melhor do que proporcionar aos alunos uma forma prazerosa de aprender.



Referências:


1. CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização & Lingüística. São Paulo: Scipione, 1989.

2. LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1989.

3. SOARES, Magda Becker. Alfabetização no Brasil: o estado do conhecimento. Brasília: INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Diferenciações Linguisticas na Fala e Escrita

A fala e a escrita não são modalidades fixas há momentos que exigem a formalidade, um planejamento, como por exemplo, ao redigimos uma petição para um juizado, ao nos posicionarmos diante do mesmo; e, há momentos que o informal ou coloquial é o suficiente para nos comunicarmos, como no MSN, ou em um bilhete para um amigo ou familiar.

Devemos levar em conta sempre o momento da aplicação do discurso, da escrita, o contexto do uso da linguagem, bem como, os sujeitos envolvidos, os cometários produzidos e a corência da nossa identidade como autores.

Assim sendo, a escola deve abrir espaços para multiplicidade de discursos e, é claro, abordando sempre a questão do certo e do errado, como forma de novas práticas pedagógicas. Desta forma, injustificável seria afirmar que fala-se/escreve-se/lê-se sempre do mesmo jeito.

As diferenciações linguisticas presentes nas falas ou na escrita devem ter seu espaço de análise na sala de aula, como forma de dar enfase às diferentes formas de representação e, unidos, professor – aluno, devem chegar a um senso comum do uso adequado ou não adequado do discurso tema em estudo.

Atualmente o educador tem uma vasta disponibilidade de recursos materias tais como: jornais, livros, revistas, internet e, ao não apropriar-se desses recursos estará negativando o letramento pois, o individuo, para ser uma pessoa letrada, necessita do resultado da ação do aprender a ler e escrever, bem como do resultado da ação de usar essas habilidades em suas práticas sociais.

Referência:

Texto: LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE COMO ARTEFATO CULTURAL-Maria Isabel Dalla Zen e Iole Faviero Trindade.

domingo, 18 de abril de 2010

Jornal Não é Só Para Gente Grande



Quando nos propomos a investigar a leitura e a escrita no contexto escolar, é necessário considerarmos que, nesse ambiente, a criança vai se constituindo como leitor e escritor, a partir de sua interação com o outro.

Trazer o JORNAL à sala de aula, para o manuseio e conhecimento, desperta no estudante a apreciação de outro gênero de leitura. Esse material pode ser um instrumento para a contextualização e construção do conhecimento, formação de leitores críticos, atentos, questionadores e reflexivos, permitindo o fortalecimento da cidadania.

Relato de Experiência:
Aproveitando alguns jornais velhos recebidos pela escola, levei-os para sala de aula e os distribui entre os vinte e cinco alunos da minha turma do 2ºAno, de forma que cada um recebesse um exemplar. As crianças envolveram-se em grande estilo: folheando, observando, lendo, enfim, partilhando com os colegas aquilo que mais lhes chamou atenção. O interesse maior foi pelo suplemento Infantil que vinha junto ao exemplar de sábado. Deste dia em diante, todas as segundas-feiras,a nossa leitura deleite passou a ser, o suplemento infantil Sininho. É um material muito rico com inúmeras informações, curiosidades, práticas, receitas, entrevistas, etc.

No último dia 15/04 visitamos a Redação do jornal VS, em São Leopoldo,fomos muito bem recebidos pela coordenadora Rosana Sperotto.As crianças ficaram maravilhadas com o que viram. Foram entrevistadas, serviram de modelo para prática de trabalhos manuais, foram fotografadas, e ainda por cima, saíram com um exemplar do jornal com o Suplemento infantil.






O suplemento infantil do Jornal Vale dos Sinos – Sininho, como recurso didático dentro da sala de aula, assumiu um compromisso com a promoção da diversidade, e estimulou os pequenos leitores a uma visão crítica dos meios de comunicação.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Refletindo Sobre a Primeira Semana de Estágio

Este é o momento da reflexão crítica sobre a prática, momento fundamental na minha formação como educadora.

Sabemos que com o passar dos anos adquirimos algumas “manias, no meu caso já se foram dezenove anos, tudo parece fácil e obvio na rotina, nos tornamos ingênuos. Perdemos com os anos, o hábito de registrar, o hábito de refletir, o hábito de criticar, sobre nossa atuação, já não nos cabe mais a rigorosidade metódica que caracteriza a curiosidade epistemológica.

Somente através de uma grande “reciclagem” oferecida no curso de graduação, podemos nos transformar.

Chegada a hora da prática, de registrar tudo o que realizamos, aí é que vemos o quanto é difícil. O lado positivo é que transcorrida a primeira semana de estágio reconheço que é pensando criticamente sobre a prática desses dias é que posso melhorar a próxima prática.

Quanto mais me assumo como estou sendo, percebendo as razões de ser, mais me torno capaz de mudar. Tudo é uma questão de superação.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

AVALIAÇÃO DIGNÓSTICA DA TURMA

Considero de suma importância, fazer uma avaliação diagnóstica da turma a fim de ter em mãos maior visibilidade da realidade da mesma no início de cada ano letivo, para que possa partir para um planejamento. Desta forma, posso saber quais as capacidades esperadas para o ano do ensino fundamental que está sendo trabalhado; os desempenhos observáveis nos alunos em termos de capacidades mais globais e mais específicas bem como, as possíveis metas propostas para continuidade do processo.

Assim tenho condições de classificar a turmas em três níveis de desempenho nas capacidades avaliadas, quais sejam:

Nível 1 - capacidades ainda não desenvolvidas,
Nível 2 - capacidades em desenvolvimento ( domínio parcial )
Nível 3 - capacidades já desenvolvidas pelos alunos.

Segue minha sugestão a qual foi concluída no final da segunda semana de aula como modelo de avaliação diagnóstica levando em conta o desempenho dos 25 alunos do segundo ano do ensino fundamental:


DANDO INÍCIO À PRÁTICA PEDAGÓGICA

Em minha prática pedagógica, atuando numa turma de segundo ano do ensino fundamental, nas próximas postagens focalizarei os processos de alfabetização e letramento como objetivo de reflexão, e, especialmente tendo como meta de ações e intervenções pedagógicas abrangendo todas as áreas de conteúdos curriculares sem perder de vista a amplitude que a avaliação formativa deve assumir.

Nas práticas pedagógicas pelos atuais Parâmetros Curriculares a produção de instrumentos de avaliação tem levado em consideração várias dimensões ou eixos do conhecimento:

a) Conceituais: capacidades para operar com símbolos, imagens, idéias ou representações em função das áreas do conhecimento, contempladas na proposta curricular:
b) Procedimentais; desempenhos que indicam um nível “saber fazer”, ou seja, , a apropriação de instrumentos e equipamentos relacionados à aquisição da escrita e da leitura:
c) Atitudinais: comportamentos que expressam apreciações e incorporação de valores, normas, hábitos e atitudes relacionadas à organização do trabalho escolar e à socialização, expressa nas interações com professores, co os pares e com grupos em geral.

Referências:
(BRASIL,MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1ª a 4ª séries. Brasília, 1997).

PARA REFLETIR

O educador é a pessoa que ama as crianças, mas para ser um educador, não basta amar as crianças é preciso ter vontade de ensinar o mundo às crianças. Primeiro porque o mundo é muito divertido e as crianças ficarão elegres em aprender e em segundo lugar porque é preciso aprender o mundo para poder viver.

"O aprendido é o que fica depois que o esquecimento fez seu trabalho."
Rubens Alves

quinta-feira, 25 de março de 2010

Educador a melhor das Profissões


Sou advogada formada e atuante, muitas pessoas não sabem e as que passam a saber, me questionam dos motivos que me levam a continuar atuando como educadora de séries iniciais ou, como faço para conciliar as duas profissões.

Respondo que ambas as profissões exigem respeito, responsabilidade, dedicação, planejamento ... Todavia, o magistério me dá motivos especiais para continuar atuante. Senão vejamos:

Em que outra profissão poderias pôr laços no cabelo, fazer penteados inovadores e ver um desfile de moda todas as manhãs?

Onde te diriam todos os dias “És linda”?!!!

Em que outro trabalho te abraçariam para te dizerem o quanto te querem?

Em que outro lado te esquecerias das tuas tristezas para atender a tanto joelho esfolado, e coração afligido?

Onde receberias mais flores?

Onde mais poderias iniciar na escrita,
uma mãozinha que, quem sabe, um dia poderá escrever um livro?

Em que outro lugar receberias de presente um sorriso como este?

Em que outro lugar te fariam um retrato grátis através de um desenho?

Em que outro lugar as tuas palavras causariam tanta admiração?

Em que trabalho te receberiam de braços abertos depois de teres faltado um dia?
Onde poderias aprofundar os teus conhecimentos sobre bichos da seda, caracóis, formigas e borboletas?

Em que outro lugar derramarias lágrimas por ter que terminar um ano de relações tão felizes?


Sinto-me GRANDE

Trabalhando com pequenos

sábado, 20 de março de 2010

VIII SEMESTRE

Damos início este penúltimo semestre do curso de Pedagogia, a hora é chegada. Hora de provarmos que tudo que aprendemos valeu à pena. É a hora de pormos em prática nossos novos conhecimentos.

O momento é unir a experiência, a teoria, a prática, muita dedicação, afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico e, acima de tudo, o amor que temos pela profissão.

Vale lembrar as palavras do ilustre Paulo Freire:
“Lidamos com gente e não com coisas.”



Ser educador nos dias de hoje
Raquel Martins

Os nossos meninos não são os de antes…
Trocaram os brinquedos de madeira pelos sofisticados
brinquedos de luz e som, que só com o simples toque numa
tecla fazem aparecer o mundo fantástico da eletrônica.

As educadoras não são as de antes…
Fotocopiam, ampliam, colam papéis de texturas maravilhosas,
e reconstroem pegadas de animais pré-históricos só com o
simples ato de misturar água e gesso…

Mas há coisas que não mudam, que o tempo e os anos
respeitam… O olhar de uma criança de mão dada com o/a
seu/sua educador(a) e o contato silencioso, caloroso,
são sinais entranhados de um código único,
de um sentimento profundo de amizade.

Uma criança e o/a seu/sua educador(a)…são capazes de tudo.
Podem passar horas juntos escutando cantigas, resolvendo
problemas com carícias e pauzinhos ou simplesmente brincar
com a imaginação. Podem fazer as maiores invenções e tentar
salvar o mundo plantando uma árvore.

Não são as crianças de antes…
As educadoras e os educadores não são os de antes…
O mundo não é o de antes...

Mas há coisas que não mudam, a capacidade de
deslumbramento, a força da natureza, o olhar de uma
criança e o carinho de um(a) educador(a)
que se entrega sem condições, dia-a-dia,
que sonham e trabalham juntos por um mundo
melhor, com um código único, eterno, poderoso,
indestrutível: o de uma profunda amizade.