sábado, 29 de maio de 2010

Novamente Avaliação

É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática(FREIRE,1996).

Tendo em vista que a provinha Brasil , tenha sido realizada no dia 04 de maio, acho de suma importância comentar a respeito da referida Avaliação, pelo fato também , que estamos finalizando o primeiro trimestre letivo nas escolas, próximos ao dia do primeiro conselho de classe/2010, onde as atividades são inúmeras e exaustivas.

Embora a avaliação ocorra de forma contínua, nesta semana que se passou foi necessário guardar vários “elementos comprobatórios” com forma de instrumentos de avaliação.

Como bem ilustra, Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, (1996), Fala-se quase exclusivamente do ensino dos conteúdos, ensino lamentavelmente quase sempre entendioso como transferência do saber.

Temos o conhecimento que a provinha Brasil, primeira fase, deve ser apilcada nos primeiros meses do ano letivo, e é a forma de diagnosticar os níveis de aprendizagens que os alunos se encontram, e a segunda fase da prova, ao final do ano letivo, possui a finalidade de diagnosticar os níveis que os alunos atingiram até então. Possui a finalidade também, de realizarmos uma ação reflexiva a respeito do nosso trabalho como educadores, no entanto, observo que a discussão em torno desta avaliação não está ocorrendo. É apenas realizado um relatório e enviado para Secretaria, as questões que deveriam ser assunto de reuniões pedagógicas infelizmente acabam por ficar no esquecimento.

Com o curso de Pedagogia em fase de conclusão, sinto que estou tendo outro olhar em cima dos instrumentos de avaliação. Atualmente consigo visualizar meus alunos de uma forma diferente, mais crítica, depositando neles minha total confiança, condições sei que todos possuem, ao seu modo, uns mais lentos e outros mais ágeis, no entanto, todos aprendem quando são tratados com muito carinho, respeito.

As nossas práticas devem ser repensadas, reavaliadas, e mais do que nunca, rediscutidas tendo como base as respostas que obtemos dos nossos alunos, pois, ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo, e o mundo clama por esta intervenção.



Referências:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia:saberes necessários à prática educativa.São paulo: Paz e Terra. 1996.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Conto e Reconto

Após a correção dos trabalhos relacionados ao conto e reconto pude observar o grau de criatividade na minha sala de aula. Cada aluno fez de forma individual o reconto da história Chapeuzinho Vermelho.Saíram verdadeiras obras de primas.


Digitei todos os recontos e confecionei um mural, no início da aula de segunda-feira, li as histórias para eles como nossa leitura deleite. Eles adoraram e se divertiram ao ouvir as hitórias dos colegas e ainda sentiram-se lisonjeados quando ouviram as histórias que eles criaram, foi uma forma que encontrei de valorizar e aumentar a autoestima dos meus pequenos escritores.

A exemplo, não poderia deixar de citar alguns recontos, os mais curtinhos:


LOBO QUE FAZIA O QUE A BRUXA MANDAVA

Era uma vez um lobo que gostava de crianças, não para comer mas para brincar de esconde esconde. Um dia uma bruxa disse que ele tinha que comer crianças para ficar gordo.
Ele aceitou.
A bruxa veio na casa dele e disse que ele estava gordo mas que ele tinha que comer a Chapeuzinho Vermelho, e ele comeu.
Os dias se passaram e a bruxa voltou na casa do lobo e ela disse _Você está gordo!
Então a bruxa comeu o lobo.
(8 anos)



CHAPEUZINHO E O LOBO MALUCO

Era uma vez Chapeuzinho Xadrez e o lobo maluco. Chapeuzinho era uma menina linda de cachinhos cor de fogo. Sua roupa tem grandes listras verdes com branco, e a sua felicidade é ser amiga do lobo maluco.
Ele tem olhos grandes cor de chocolate e uma boca banguela. Ele não poe medo e sim faz ela dar muitas risadas. O lobo maluco por não ser malvado se tornou amigo de todos e assim Chapeuzinho Xadrez realizou seu grande sonho de ter um amigo como o lobo maluco.
(8 anos)



O LOBO CURIOSO

Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Numa bela tarde sua mãe mandou ela ir a casa da vovó.
Então ela encontrou o lobo bom.
Ele perguntou: - Onde vai Chapeuzinho?
Euvou para a casa da vovó, ela está doente.
E o lobo disse:- Então melhoras para ela.
-Então adeus! E fim.
(7 anos e 11 meses)



A CHAPEUZINHO VERDE

Era uma vez uma Chapeuzinho Verde andava pela floresta até que se encontrou com o lobo.
E a chapeuzinho disse: - Ora, ora lobo, vem comigo lobo, colher flores.
-Está bem.
E eles ficarão colhendo flores e eles viveram felizes.
s(7 anos e 6 meses)



Recontar histórias possibilitou aos alunos aprender a respeito do funcionamento da linguagem escrita. Recontar a história não foi mera reprodução, foi recriação, pois ainda que os pequenos tiveram o compromisso de preservar o enredo, imprimiram à história o seu estilo próprio. A proposta permitiu que os alunos da turma de 2º Ano, ampliassem seus repertórios de contos, bem como aprendessem a ajustar a linguagem às suas intenções comunicativas, isto é, aos efeitos provocados em seus leitores.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Erros" Ortográficos na Alfabetização

Alguns trabalhos têm se dedicado a estudar as fases da alfabetização. Dentre eles, podemos destacar o trabalho desenvolvido por Cagliari (1989) que se deteve na tipificação dos "erros" ortográficos cometidos pelas crianças. Lemle (1989) apresentou uma sistematização interessante das relações entre letras e sons e vice-versa que pode, com as devidas adequações para cada comunidade lingüística, contribuir na construção do trabalho pedagógico. Soares (1991) aponta trabalhos desenvolvidos na década de 1970-80 que se dedicaram a analisar.

[...] o processo de transferência da forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita, ou de forma teórica, através da análise das relações fonemas-grafemas na língua portuguesa (como em LEMLE, 1982, SILVA, 1974), ou buscando identificar o processo de construção do sistema ortográfico pela criança (são exemplos GNERRE, 1985, MORAIS, 1986).


A culminância do assunto etnias com enfase nos povos indígenas, foi o passeio no Museu do Índio, UNISINOS, em São Leopoldo, embora nossos estudos não tinham como finalidade aprofundar-se no assunto das diferentes tribos indígenas, o que será conteúdos dos próximos anos, o passeio teve um objetivo muito maior que era anotar o que viam, para tanto levaram caderno e lápis.



Penso que quando o aluno é desafiado a grafar palavras que quer empregar é uma forma de provocar nele a necessidade de refletir e formular hipóteses sobre como cada fonema e cada sílaba pode ser representado na escrita. O aluno terá que então se esforçar para distinguir os fonemas que compõe tais palavras e descobrir possibilidades coerentes de escrever os sons identificados, apoiando-se nos princípios e regularidades que já tiver compreendido, buscando também soluções inéditas.

Dessa forma, solicitei às crianças que registrassem os textos de modo que pudessem lembrá-los por meio da escrita.




Anotações de uma aluna (8 anos e 4 meses)


Outro aluno (sete anos e seis meses) fez suas anotações conforme abaixo transcrevo:

“ESCELETO DIMUA CABESA DI TUBARAN

ESCELETO DI UMA CABESA DI JACARE

ESCELETO DINDIO”


A escrita do aluno pode ser lida, entretanto, observa-se a falta de domínio na relação entre grafemas e fonemas. Apropriar-se do sistema de escrita depende fundamentalmente de compreender um de seus princípios básicos: os fonemas são representados por grafemas na escrita.

Os fonemas são entidades elementares da estrutura fonológica da língua, que se manifestam nas unidades sonoras mínimas da fala.

Grafemas são letras ou grupos de letras, entidades visíveis e isoláveis como no exemplo que o aluno escreveu “ESCELETO DIUMA CABESA” quando queria na verdade escrever “ESQUELETO DE UMA CABEÇA”. É necessário que o aluno aprenda as regras de correspondência entre fonemas e grafemas a partir de um trabalho sistemático em sala de aula.


Alguns exemplos de atividades propícias para esse aprendizado são as que se baseiam na decomposição e composição de palavras em sílabas. Separar as sílabas em palavras faladas e observar de que maneira essa separação se configura na escrita ajuda os alunos na identificação e percepção da representação gráfica dos fonemas. Podemos destacar outras atividades que ajudam na compreensão da escrita tais como bingo, textos com lacunas, colocação de palavras em ordem alfabética, confronto entre a escrita produzida pelo aluno e a escrita padrão, etc.

Para ilustrar, outra atividade foi oferecida aos alunos nesta mesma semana, afim de reforçar a grafia das palavras

Após a leitura deleite do livro "o Pirata das Palavras":





Juntos confecionamos um bloquinho para anotações das palavras trabalhadas nas aulas durante a semana.




Os alunos anotam palavras novas, realizam a leitura na sala de aula.
A maioria dos alunos da turma encontra-se nos níveis silábico - alfabético e alfabético, assim sendo, sugeri quais as palavras iriam escrever durante a semana. Exemplo: No primeiro dia escrevemos somente palavras terminadas com L. Trabalhamos estas palavras em jogos e brincadeiras como exercícios de fixação e para finalizar foi realizado um ditado das palavras estudadas.

O aluno que está sendo alfabetizado conhece a fala, não a escrita. As palavras da língua falada são conhecidas, fazem sentido mesmo quando decompostas em unidades sonoras. Assim, o aprendizado do sistema de escrita é importante para o aluno contar com o apoio do significado, em vez de ser obrigado a lidar exclusivamente com abstrações tais como fonemas e sílabas, e nada melhor do que proporcionar aos alunos uma forma prazerosa de aprender.



Referências:


1. CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização & Lingüística. São Paulo: Scipione, 1989.

2. LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1989.

3. SOARES, Magda Becker. Alfabetização no Brasil: o estado do conhecimento. Brasília: INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).