segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Segunda Proposta

Relacionando leitura do texto “Jovens e adultos como sujeitos do conhecimento e da aprendizagem”, de Marta Kohl de Oliveira, com as entrevistas com sete professores da EJA, realizadas pelo grupo, podemos destacar:

A educação de jovens e adultos envolve uma reflexão sobre as ações educativas dirigidas a um grupo de pessoas relativamente homogêneo no interior da diversidade de grupos culturais da sociedade contemporânea.

O jovem, incorporado ao território da antiga educação de adultos não é aquele com uma história de escolaridade regular, é considerado um excluído na escola, geralmente integrado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio. É ligado mais ao meio urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais ligados a sociedade letrada, escolarizada e urbana.

No entendimento dos professores entrevistados, o jovem da EJA é aquele que se encontra na faixa etária de 15 a 20 anos e o adulto dos 20 aos 65 anos de idade, o jovem que freqüenta a EJA é aquele que está necessitando concluir o ensino fundamental, pois não conseguiu fazê-lo no tempo hábil.
Já o adulto é um aluno comprometido com os estudos, está consciente do tempo que perdeu, participando das aulas como sendo uma necessidade, ou seja, o adulto também necessita dessa conclusão de estudos, pois o trabalho exige essa formação.

O adulto, no âmbito da educação de jovens e adultos, é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles, vindos de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito freqüentemente analfabetos). O jovem, incorporado ao território da antiga educação de adultos não é aquele com uma história de escolaridade regular, é considerado um excluído na escola, geralmente integrado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio. É ligado mais ao meio urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais ligados a sociedade letrada, escolarizada e urbana.

Segundo Marta Kohl de Oliveira, o lugar social desses grupos pode ser definido em três campos: a condição de “não-crianças”, a condição de excluídos da escola (fracasso escolar, evasão e repetência, práticas de avaliação) e a condição de membros de determinados grupos culturais.

No entendimento da maioria dos professores entrevistados, os adultos são pessoas que pararam seus estudos há muito tempo, e em alguns casos, são aqueles que não puderam estudar anteriormente. Na grande maioria, trabalham durante o dia. O adulto em busca da alfabetização e os conhecimentos escolares, pois quando criança deixou a escola, para ajudar seus pais na despesa da casa, foram trabalhar, melhor especificando a maior parte dos professores considera a condição de membros de determinados grupos culturais como sendo o lugar social dos educandos da EJA.
Os processos de construção de conhecimento e de aprendizagem dos adultos são menos explorados na literatura psicológica do que àqueles referentes às crianças e adolescentes.
A exemplo dos professores entrevistados, temos, as características da linguagem e do pensamento do aluno jovem e adulto, onde o jovem em mais falante aberto a discussões, fala muita gírias. À medida que vão entrando na fase adulta, vão tornando-se mais calados, envergonhados, evitando ao máximo a exposição de sua oralidade, entretanto, no geral o pensamento é de evoluir em todos os aspectos: social, cultural, financeiro.
As pessoas humanas mantêm um bom nível de competência cognitiva até uma idade avançada, que podem sofrer influência de alguns fatores, como: o nível de saúde, o nível educativo e cultural, a experiência profissional e o tônus vital da pessoa (sua motivação, seu bem-estar psicológico,...). (Palacios)

Na reflexão dos professores entrevistados, ficou evidente, que enfrentar o cansaço, no caso daqueles que trabalham, manter-se concentrados nas aulas e, no cotidiano, encontrar um bom emprego, são as maiores dificuldades dos alunos jovens e adultos em sala de aula e no cotidiano de sua vida. Além destas, ocorre também dificuldades como condições financeiras, alimentação, horário definido para ir à escola (muitas vezes as empresas não liberam).
Todos estes fatores dificultam o aprendizado dos conteúdos propostos pelo professor. Ainda, podemos grifar a falta de interesse pelos estudos por parte dos mais jovens, o jovem tem o pensamento mais momentâneo quer terminar logo de uma vez para "se livrar" dessa obrigação.

O adulto que se incorpora a EJA está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquela da criança e do adolescente. Em sua caminhada, traz consigo experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas; experiências essas que não devem ser desperdiçadas no processo de aprendizagem na educação de jovens e adultos, onde as habilidades e dificuldades possam ser trabalhadas de forma mais consciente e pedagógica.

Para incluirmos estes jovens e adultos no processo de aprendizagem se faz necessária uma adequação da escola com currículos, programas e métodos de ensino diferenciados que atendam às necessidades cognitivas, psicológicas e culturais dessa clientela escolar.

A maioria dos professores entrevistados enfatizou que o relacionamento professor - aluno é um aspecto de suma relevância no processo de aprendizagem, seguindo-se por sua vez, de um planejamento bem elaborado das aulas para que satisfaçam os interesses de todos e ainda da revisão de algumas políticas públicas.

Os altos índices de evasão e repetência nos programas de educação de jovens e adultos indicam falta de sintonia entre escola e alunos, além dos fatores de ordem socioeconômica que impedem dos alunos se dedicarem plenamente ao programa. Além disso, a escola funciona com base em regras específicas e com linguagem particular que deve ser conhecida por aqueles que estão envolvidos no processo.

A escola voltada à educação de jovens e adultos é um local de confronto de culturas, de interação social e um encontro de singularidades. Propõe a atender a um público ao qual foi negado o direito à educação durante a infância e/ou adolescência seja pela oferta irregular de vagas, seja pelas inadequações do sistema de ensino ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis.


CONCLUINDO:
Considerar a heterogeneidade desse público, quais seus interesses, suas identidades, suas preocupações, necessidades, expectativas em relação à escola, suas habilidades, suas vivências, torna-se de suma importância para a construção de uma proposta pedagógica que considere suas especificidades. É fundamental perceber quem é esse sujeito com o qual lidamos para que os conteúdos a serem trabalhados façam sentido, tenham significado, sejam elementos concretos na sua formação, instrumentalizando-o para uma intervenção significativa na sua realidade. É muito importante que o professor esteja atento à utilização dos dados que demonstrem os interesses dos alunos, para desenvolver suas atividades de forma mais significativa.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73.

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