domingo, 2 de novembro de 2008

Cultura de Ter Filhos

Na Interdisciplina de Pcsicologia da Vida Adulta, um novo desafio, realizar um trabalho em grupo, sobre o assunto: Cultura de Ter Filhos e, entre muitas leituras e reflexões encontrei este artigo muito interessante que tratada tragetória da maternidade através dos tempos, do qual passo a fazer um breve resumo .

No passado acreditava-se que a mãe tinha uma função mais biológica que afetiva.

No século XVII, “ a sociedade valorizava o homem, o marido, era normal que a esposa desse prioridade aos interesses deste sobre os do bebê.” (BADINTER, 1985; p. 64). Principalmente entre a burguesia, havia o hábito de deixar a criança na casa das amas.

A criança era considerada um estorvo, os cuidados, a atenção e a fadiga que um bebê representava no lar nem sempre agradava os pais. Muitas crianças morriam nas mãos das amas.

Numerosas perdas de crianças passaram a interessar ao estado se preocupou em salvá-las da morte. "Foi necessária, então, a utilização de muitos argumentos para convencer as mulheres de que era sua vocação – instintiva imaculada e incondicional - SER MÃE. "

No final do século XVIII, idealiza-se o sucesso de uma família fundamentado no amor e já se observa uma mudança nas mentalidades.

"A sobrevivência das crianças agora é prioritária e o abandono do aleitamento é considerado injustiça para com o filho."

A mãe ideal passou a encarregar-se insistentemente de tudo, assumindo sozinha a educação completa dos filhos.

"Ser mãe não deixava tempo livre para a mulher, que se tornou aprisionada no papel de mãe, nos cuidados infantis a que estava obrigada deixar de lado a independência feminina decorrente da recente emancipação do patriarcado."

Nesta fase, mãe ideal conjugaria perfeitamente sexo, estabilidade conjugal e responsabilidade com os filhos.


No contexto histórico do século XX, "mais especificamente das duas grandes guerras observou-se que o recrutamento dos homens para os campos de batalha e determinou a ocupação, por mulheres, de funções anteriormente masculinas."

Esse foi um caminho sem volta, uma vez que à necessidade inicial de assegurar o sustento da família somou-se e seguiu-se um desejo de satisfação pessoal.

"No entanto, a mulher-mãe continuou vivenciando o mito da mãe eternamente abnegada, aquela que é responsável pela felicidade de todos, passando a sofrer conflito e ambigüidade por não conseguir dedicar-se plenamente a sua função de trabalhadora, nem ser uma mãe exemplar."

Atualmente a mãe de dupla jornada é a mulher exerce as funções distintas de subsistência e cuidados com o lar.

"No trabalho, muitas vezes, é obrigada a desenvolver uma atitude convencionalmente masculina para garantir ser tão capaz quanto um homem, enquanto no lar cobra-se uma excelência como dona de casa, capaz de satisfazer com total perfeição os desejos de sua família deseja sem mostrar cansaço."

A rotina diária dessa mulher exige um esforço extra-humano e a percepção de falhas nos papéis determina sentimentos de frustração e culpa.

“Culpada, e de mil formas, por não ser a mãe perfeita dos mitos. Por não fazer tudo pelos filhos,por não saber evitar doenças, ou as notas baixas, por resmungar quando eles acordam a noite ou por reclamar de suas roupas estragadas... Culpada também hoje porque, com toda literatura que explica e aconselha, não temos mais direito de não nos sairmos bem.Essa culpa é a inimiga número um da maternidade feliz. Ela provoca tristeza infinita (e indefinida!) que encontramos com tanta freqüência nas mães jovens.Trata-se, portanto, de um inimigo a abater, imperativamente! É preciso ser uma mãe feliz!” (SERRURIER, 1993; p. 129)

É necessário desacreditar que a "maternidade é superior à paternidade, mas para tal é preciso desmistificar a amor materno inato e tomar o do pré-suposto de que o amor paterno também é semeado, alimentado e aprendido no trato diário com os filhos e que em nada difere, em possibilidade, do amor materno, fazendo-se necessário, então, a família readaptar-se para redistribuir os espaços na criação dos filhos."

Referências:
Julia Gama Tourinho,UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro Artigo:A mãe perfeita: idealização e realidade - Algumas reflexões sobre a maternidade

Um comentário:

Simone disse...

Olá Maristela! Percebe-se uma grande mudança nessa relação mães-pais-filhos ao longo do tempo. Hoje em dia, as mulheres além de cuidar dos filhos, realizam serviços domésticos, estudam, trabalham e muitos pais têm se dedicado mais aos cuidados dos filhos também. Tenho lido algumas reportagens que comentam que muitas mulheres hoje em dia estão optado por não ter filhos, por diferentes motivos, contrariando a idéia de que todas as mulheres devem ser mães. É um tema bastante interessante né! Um abraço, Simone - Tutora sede ECS