segunda-feira, 10 de novembro de 2008

“O Trabalho Docente, a Pedagogia e o Ensino”


Pessoalmente, concordo com as afirmações do autor, Maurice Tardif.
O bem da verdade é que a docência deixou de ser rotina de metodologia há muito tempo, pois está bem claro que, aqueles alunos que tinham sete anos, há alguns anos atrás, são muito diferentes dos alunos na mesma faixa etária de hoje, além do mais temos uma clientela muito heterogênea, em nossas turmas, a começar pelas crianças portadoras de necessidades especiais, que nos batem a porta a cada início de um novo ano em maior número e necessitando de atividades muito diferenciadas das demais. Em uma turma de 2º Ano, temos aquela criança que vem já sabendo ler e escrever, temos a que não sabe escrever, temos a que não sabe ler, temos aquela que se arrasta durante todo o anos letivo com sérias dificuldades na aprendizagem, temos as indisciplinadas, e assim por diante. A aprendizagem é grupal, mas o planejamento é individual, o que poucos docentes se dão conta. E, como frisa a autora, “trabalho docente consiste em interagir com alunos que são todos diferentes uns dos outros e, ao mesmo tempo, em atingir objetivos próprios a uma organização de massa baseada em padrões gerais.” Precisamos estar preparados para todos, do contrário, vamos ficar “doentes”. Houve- se falar muito de uma doença ocupacional que atinge a maioria dos nossos docentes, atualmente, dá-se culpa ao sistema, dizem que não há remédios para o famoso “estress” que atinge freneticamente a classe docente.

O que devemos fazer com esses alunos, de uma nova geração, que estão diante de nós, são tantas metodologias estudadas e aplicadas durante o ano letivo e muitas delas frustradas. Precisamos conscientizar nossos alunos de que os números e jogos didáticos fazem parte da leitura e da escrita. Fazer uma salada de frutas, na sala de aula, é além de comê-la, mostrar aos alunos que com esta prática eles aprendem ler, escrever, conhecer. E ao mesmo tempo, mudar aquela idéia que muitos pais vêm e dizem: “Meu filho adora sua aula, ama você, pois é só brincadeira.” Esquecendo-se de tudo, não dando muito valor ao que ele aprendeu. Que deu muito, mas muito, trabalho mesmo, para direcionar aquelas brincadeiras, poucos viram, e os que viram dizem. “Não sei como você agüenta.” Sem contar na paciência de ter que organizar tudo, de esperar a volta à calma, de esperar. Embora não tenhamos tempo para parar e refletir, temos que estar sempre atentos, buscando informações, idéias, acompanhar a tecnologia, programa de televisão, jornais revistas, novas metodologias, e temos que entender que somos profissionais, tivemos a liberdade de fazer a opção, que fazemos parte de um grupo de docentes, que trabalhamos muito e que não somos meras máquinas de fazer Xerox.

REFERÊNCIAS:
TARDIF, Maurice. O trabalho docente, a pedagogia e o ensino. Cap. 3. p. 112 – 149. In Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003. Disponível em: http://www.ufrgs.br/tramse/pead/textos/tardif.rtf

Um comentário:

Simone disse...

Olá Maristela!
Trabalhar com pessoas é algo desafiador, pois cada uma tem uma história diferente, uma maneira de pensar, um jeito diferente de ser... Tua reflexão está bastante coerente e relacionada com as idéias de Tardif. Um bom professor deve realmente estar sempre atualizado e em busca de novos saberes para poder acompanhar seus alunos. Como bem dizes, "os pensamentos destes autores nos ajudam a compreender a realidade da educação brasileira fazendo-nos mais uma vez acreditar na educação como possibilidade de mudança. Reforçando o papel que a educação tem no processo de mudança social. Da mesma forma, procurando demonstrar que a educação, por si só, não é capaz de transformar a sociedade rumo à emancipação social." Um abraço, Simone - Tutora sede ECS